As alterações hormonais que ocorrem durante a menopausa podem trazer desafios significativos para a saúde urinária. Entre os problemas urinários mais comuns na menopausa estão a incontinência urinária e as infeções urinárias recorrentes, que afetam não apenas o bem-estar físico, mas também o estado emocional e psicológico das mulheres nesta fase da vida. Neste artigo, vais encontrar informações detalhadas sobre os diferentes tipos de incontinência, os fatores que contribuem para estes problemas e estratégias eficazes para prevenção e tratamento.
Como as alterações hormonais afetam a saúde urinária
Durante a menopausa, a redução dos níveis de estrogénio tem um impacto direto nos tecidos da uretra, bexiga e flora vaginal. Este declínio hormonal pode provocar:
• Flacidez muscular: a perda de tonicidade nos músculos do pavimento pélvico pode dificultar o controlo da urina.
• Alterações no tecido da uretra e bexiga: o revestimento da uretra torna-se mais fino e menos elástico, enquanto a capacidade da bexiga de armazenar urina pode ser reduzida.
• Mudanças na flora vaginal: a diminuição dos lactobacilos, que ajudam a manter o equilíbrio bacteriano, aumenta o risco de infeções urinárias.
Além disso, o envelhecimento natural dos nervos que controlam a bexiga pode contribuir para uma maior dificuldade em regular as funções urinárias.
Tipos de incontinência urinária
A perda de urina na menopausa, ou incontinência urinária, manifesta-se de diferentes formas, cada uma com características específicas:
Incontinência de urgência
Caracteriza-se por uma vontade súbita e intensa de urinar, que pode levar a perdas de urina involuntárias antes de conseguir chegar à casa de banho. É mais comum durante a perimenopausa e está frequentemente associada a hiperatividade da bexiga.
Incontinência de esforço
Ocorre durante atividades que aumentam a pressão abdominal, como rir, tossir, espirrar ou praticar exercício físico. Este tipo de incontinência é mais prevalente na menopausa devido à fraqueza dos músculos do pavimento pélvico.
Incontinência mista
Combina sintomas de incontinência de urgência e de esforço, sendo um quadro mais complexo que requer avaliação médica especializada.
Impacto emocional e social da incontinência urinária
A incontinência urinária não afeta apenas o corpo; os seus efeitos emocionais podem ser profundos. Muitas mulheres relatam sentimentos de ansiedade, vergonha e baixa autoestima, que podem levar ao isolamento social e até à depressão.
É importante reconhecer que este problema não deve ser ignorado nem considerado "normal" na menopausa. Procurar ajuda médica e explorar opções de tratamento pode melhorar significativamente a qualidade de vida.
Estratégias para prevenir problemas urinários na menopausa
Embora algumas alterações sejam inevitáveis, existem medidas que podes adotar para reduzir o risco de incontinência e infeções urinárias na menopausa:
Manter um peso saudável
O excesso de peso aumenta a pressão sobre os músculos do pavimento pélvico, agravando os problemas de incontinência. Consulta um nutricionista para um plano adaptado a esta nova fase!
Exercícios de fortalecimento pélvico
Os exercícios de Kegel são altamente recomendados para fortalecer os músculos do pavimento pélvico. Contrair e relaxar os músculos desta região regularmente pode ajudar a prevenir perdas de urina na menopausa. Para realizá-los corretamente, identifica os músculos que usarias para interromper o fluxo de urina e pratica contrações regulares durante alguns segundos, seguidas de relaxamento. Estes exercícios são recomendados por fisioterapeutas e podem ser feitos em qualquer lugar.
Cuidados com a higiene íntima
Seguir boas práticas de higiene, como usar produtos específicos e realizar a limpeza da frente para trás, pode ajudar a evitar infeções urinárias.
Suplementação alimentar
Alimentos ricos em arando vermelho e probióticos podem ajudar a manter a saúde da flora vaginal e reduzir o risco de infeções.
Tratamentos disponíveis para incontinência urinária
Se já sofres de incontinência urinária, existem várias opções de tratamento que podem ajudar:
Fisioterapia pélvica
A fisioterapia especializada pode incluir técnicas como biofeedback e eletroestimulação para reeducar os músculos do pavimento pélvico.
Laser e radiofrequência
Estes tratamentos minimamente invasivos ajudam a estimular a produção de colagénio nos tecidos da uretra e vagina, melhorando a elasticidade e função muscular.
Cirurgia para prolapso
Nos casos mais graves, como o prolapso da bexiga, pode ser necessário recorrer à cirurgia para restaurar a anatomia e funcionalidade da zona pélvica.
Conselhos adicionais para prevenir infeções urinárias
Além das medidas gerais mencionadas, estas dicas podem ajudar a proteger a tua saúde urinária:
• Urinar regularmente e evitar reter urina: urinar sempre que sentires vontade, sem adiar, pode ajudar a eliminar bactérias e evitar a acumulação de urina na bexiga, reduzindo o risco de infeções.
• Urinar após relações sexuais: esta prática ajuda a eliminar bactérias que possam ter entrado na uretra.
• Evitar roupas apertadas: roupas justas podem aumentar a temperatura e humidade na zona íntima, favorecendo o crescimento de bactérias.
• Hidratação adequada: beber água regularmente ajuda a diluir a urina e a eliminar toxinas.
Os problemas urinários na menopausa, como a incontinência e as infeções urinárias, podem ser desafiantes, mas não têm de limitar a tua qualidade de vida. Com as estratégias certas e os tratamentos adequados, é possível recuperar o controlo sobre a tua saúde urinária e viver esta fase com mais conforto e confiança. Não ignores os sinais do teu corpo e procura apoio médico sempre que necessário.
Cuida de ti na menopausa!
Este novo ciclo é uma oportunidade para redescobrires o teu corpo e bem-estar. Dá prioridade ao autocuidado, explora novas formas de te sentires equilibrada e mantém-te informada.